Castle 6x21: Law & Boarder

1.5.14

O mal perdedor.

SPOILER ABAIXO


Durante toda a infância, uma das minhas maiores diversão era brincar com meu irmão mais velho, (eu sou a caçula da família). Por ser, apenas, três anos mais velho do que eu, nós crescemos juntos, e compartilhamos muitas aventuras. O que mais gostávamos de fazer era jogar: videogame, jogos de tabuleiro, jogos inventados com uma caneta e um pedaço de papel etc... Enfim, éramos fortes competidores. Porém, o que mais deixou marcado na memória de toda família como resultado destas brincadeiras, era a falta de espírito esportivo do meu irmão. Enquanto ele vencia, tudo seguia como programado. Porém, a partir do momento em que ele acumulava derrotas e eu vivia o meu momento de glória, surgia o famoso mal perdedor que encerrava a brincadeira com inúmeros argumentos, como: “o videogame é meu e você não vai mais jogar”, “vou jogar com um garoto, você é menina”, e a mais famosa de todas, “eu deixei você ganhar!”. Não posso negar que são ótimas lembranças, mas “Graças a Deus” esta competição se esvaiu com o tempo e nosso crescimento. Ainda, que atualmente, cheguemos a disputar uma ou outra corrida no Playstation, tudo não passa de uma grande diversão, diante de tantos problemas e afazeres que ambos temos em nosso dia a dia.

Porém, este perfil de competitividade é um processo sadio e importante na vida da criança ou do jovem. São nestas “pequenas disputas” que o individuo inicia o seu processo de compreensão entre ganhos e perdas, e como ele consegue e deve se comportar perante a estes acontecimentos. Neste quesito, acredito que tenha sido mais sortuda do que meu irmão mais velho, pois em habituar-se tanto com a derrota, comecei a enxergar neste processo a oportunidade do aprendizado e a cooperação, para aprimorar minhas habilidades e ter uma segunda oportunidade para vencer. Porém, cada pessoa pode se comportar de forma diferenciada perante a vitória e a derrota, resultando em comportamentos de extrema satisfação ou de total desespero.

E foi, exatamente, esta questão que o episódio da última segunda-feira de Castle, Law & Boarder, incitou como tema de seu roteiro: os reflexos da competitividade.

Com duas perspectivas cômicas neste quesito, tivemos a oportunidade de conhecer um Rick que não reconhece a derrota, que na realidade até então, não conhecia o significado de perder em suas brincadeiras. E em outra perspectiva, Ryan e Esposito descobriram a capacidade de serem derrotados em uma competição criada por eles mesmos, na disputa insana de conquistar o posto de padrinho de casamento de Castle.

Acredito que seja desnecessário afirmar que Law & Boarder trata-se de um filler para preencher a lacuna desta semana que nos separa dos dois mais esperados episódios da temporada. Mas, mesmo assim, eu acho divertido estes episódios desenvolvidos para conectar o caso da semana aos acontecimentos existentes na vida dos protagonistas. É lógico, que esta situação, específica, remete a circunstâncias irrelevantes do cotidiano de qualquer um. Mas criou um ambiente engraçado no qual a abordagem do conceito sobre um jogo de tabuleiro pôde refletir na personalidade de cada um.

Kate, que obviamente passou por maiores dificuldades em sua vida, além da perda da mãe, mas também por não pertencer a uma família rica e ter vivido os privilégios de Rick, a detetive acaba enxergando na vitória do jogo, apenas uma brincadeira qualquer para se distrair em uma noite de semana. Enquanto Castle, o garoto mimado, educado nas melhores escolas, e com uma carreira bem sucedida e de reconhecimento público. O escritor não reconhece a derrota, não importa se é uma brincadeira ou não, assimilar que o seu potencial não é o máximo em uma disputa, reflete diretamente a personalidade de alguém que sempre conquistou seus objetivos, não sentindo, qualquer momento de derrota ou não reconhecimento. Neste quesito, só resta concordar com Beckett e reconhecer de que se aventurar em casar com este homem, é uma atitude radical.

Mais engraçado do que ver a depressão de Castle por perder um jogo de palavras, foi ver o esforço de Beckett para fazer o noivo esquecer aquela história e fazer algo mais interessante. E só quando a mulher decide jogar, literalmente, com todas as cartas é que surge algum resultado positivo.

...

Enquanto Castle aprendia saborear o gosto amargo da derrota, Ryan e Esposito mergulham no universo imaginário de que um dos dois poderia vir a ser o padrinho de casamento do escritor. O mais engraçado foi perceber, desde o começo desta disputa, que ambos iriam perder. A inocência da dupla, talvez tenha sido responsável pelos melhores momentos de humor do episódio, com direito a presentes inesperados, receitas de família, agrados e sorrisos terrivelmente assustadores. O extremo da inocência da dupla foi buscar o apoio de Lanie para que a médica escolhesse o sortudo, ou pior, ambos se oferecerem como padrinhos para Castle. Momento inusitado e desconfortante para Rick, que meio sem jeito, solta a bomba de que nenhum dos dois seriam padrinhos, Alexis já era dona do posto, por direito. Não se pode negar que a dupla reconheceu a derrota, decidindo por esquecer a situação embaraçosa eles mesmos criaram.

...

Paralelamente ao conceito humorado que certas concorrências geram em nossas vidas. O caso da semana decidiu mostrar o extremo que uma competição pode provocar.

É interessante perceber que disputas e a busca por melhores resultados, são elementos constantes em nossas vidas. E em parte, são essenciais para gerar objetivo, foco ao nosso desenvolvimento, seja ele acadêmico, profissional ou em um relacionamento. O problema se encontra quando o nível da competitiva alcança extremos aonde para obter o resultado desejado o individuo busca prejudicar o seu adversário.

Em nossa vida cotidiana, estes momentos de disputas, tradicionalmente ocorrem de maneira mais oculta, porém nem sempre são concorrências sadias e com resultados benéficos para todos. Principalmente quando nos referimos à vida profissional, o universo corporativo pode ser extremamente agressivo em suas ações mais sutis. O próprio capitalismo é um sistema econômico embasado na livre concorrência, e uma das formas de conter as disputas empresariais está na criação de leis que restringe atitudes desleais. Porém, a espionagem corporativa é o que mais estamos habituados a reconhecer em grandes companhias.

E é exatamente, por conta deste regime econômico, que atividades de lazer e esportes transformaram-se em minas de ouro, onde cada evento ou campeonato significa mais do que uma disputa na qual haverá um vencedor e um perdedor. É uma indústria de investimentos e competições nos bastidores, refletido diretamente no esportista, que aprende desde o principio que em cada campeonato ele será lançado à jaula dos leões e caberá a ele decidir se será presa ou predador. Existem personalidades que compreendem muito bem este cenário corporativo no mundo dos esportes e acabam adaptando-se muito bem às necessidades deste mercado. Porém, muitas vezes, o sonho de ser o melhor ou de conquistar o sucesso se sobrepõe à moral e ao conceito de dualidade, e uma justa vitória do adversário não é mais aceita.

Neste panorama, o sucesso do concorrente se transforma em objeto de inveja e desejo de destruição. Foi assim que Jay Dixon transformou-se em vítima por culpa do próprio talento. E Logan Moore por buscar justiça à morte do amigo.

Não vou negar que observei algumas questões falhas durante a apresentação do caso, como por exemplo, o fato de que a câmera só foi encontrada um dia após a vítima ter sido encontrada e a investigação da perícia no local do crime. Ou fato de que parte do filme se rompeu quando o assassino tentou remover a fita da filmadora, mas quem conhece estas máquinas sabe que quando apertamos o botão de ejetar, o aparelho desativa as funções que estão sendo executadas antes de abrir a tampa, até porque no caso de uma fita de vídeo o filme está protegido por uma tampa que “levanta” quando injetado no equipamento e se recolhe assim que se aperta o botão para remoção. E, talvez, a maior falha tenha sido afirmar que em 2008 ainda era utilizado este tipo de câmera para gravação, se no Brasil as câmeras digitais iniciaram sua comercialização em 2004, quatro anos depois tínhamos uma “febre” de câmeras digitais em qualquer ambiente de diversão ao qual fossemos expostos, imaginem então em um país desenvolvido como nos E.U.A.

Ainda assim, falhas a parte, o tema de Law & Boarder é bem estruturado e consegue atingir o objetivo de seu conceito, tanto com a vítima quanto com o assassino. Paralelamente, Ryan e Esposito, mais uma vez receberam os créditos pelo humor do episódio, ainda que Kate não seja esquecida por apelar ao strip pooker, tentando libertar Castle de sua insanidade como um mal perdedor.

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A noite de sucesso de DWS refletiu em Castle e o episódio desta semana obteve uma alta de 11%, fechando a noite com rating de 2,0 em sua demo. Expectativas para que isso seja refletido nos próximos dois episódios finais.

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1 comentários

  1. Voltamos a ter um paralelo classico entre o caso e um dilema particular de Castle, só que agora ao invés de envolver Alexis ou Marta é a vez de Beckett tirar o sossego de Castle, isso que dá ser noivo de uma mulher inteligente kkkkk

    Fiquei com pena de Esposito e Ryam ,.......

    Beckett danadinha mostrou como ela tem Castle nas suas mãos, ela apela ao ponto de sugerir uma greve de sexo caso ele insista em derrota-la. No final ela prova que as vezes perder é a melhor coisa.

    Próximo epi promete !!!

    Raitings voltantando ao normal, Castle resurge das cinzas!!!!

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